quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Ideias Inatas, Certezas?

Olá pessoal.
Hoje estou aqui para conversar sobre um assunto mais espiritualizado do que político.
Segundo o espiritismo e também segundo alguns filósofos como Sócrates, nós nascemos com ideias inatas, ou seja, ideias que já nascem conosco, se manifestam desde de nossa infância.
Bem, nesse ponto, Sócrates fala a mesma linguagem do espiritismo, e seria interessante vocês pensarem em como explicar então o conhecimento que fez com que Mozart tocasse piano já aos cinco anos, não um tocar de qualquer forma, mas como quem já conhecia e dominava aquela arte? Isso os espíritas acham natural, pois é facilmente explicável através da reencarnação.
Mas existem filósofos que pensam como John Locke, que nossa mente é uma tábula rasa, que aprendemos na medida em que vivenciamos certas experiências. Daí, como saber quem tem razão? Sócrates ou Locke? Espiritismo ou Ceticismo?
Bem, primeiramente creio que o importante é que passemos a nos conhecer. Há pessoas que se conhecem. Por quê? Dificil dizer. Há uma infinidade de fatores determinantes prá isso. Porém, uma coisa tem se tornado fato e muito explícitamente, as pessoas hoje se protegem com o medo e as falsas certezas. As pessoas tem medo de viver, de se relacionar, e se protegem com a desculpa da dúvida, da observação (exagerada, cômoda). Outras adoram passar a ideia de que suas bases são as certezas, certezas que são incertezas muitas vezes. Contraditório? Claro. Há pessoas que não aceitam a ideia de ceder, para aprender com o pai, a mãe, o namorado ou seja lá quem for, porque suas certezas tem de se impôr às dos outros, porém, ao perder essas pessoas não por uma certeza coerente, mas pela arrogância da vaidade, a consequencia muitas vezes é a depressão. Tudo isso por falta de uma certeza que parece óbvia, ou seja, de que para nos mostrarmos inteligentes e com uma inteligência útil, muitas vezes a única coisa que precisamos é nos calar.
As pessoas vão se construindo e reconstruindo no decorrer do tempo, ou seja, evoluem no campo material, moral e intelectual. Não são inéditas a cada década, porque o inédito contém elementos totalmente novos, mas eu por exemplo, Uilson Carlos, não sou o mesmo de dez anos atrás, porque dez anos atrás eu adorava o verde, hoje prefiro o azul, eu gostava de ouvir Bon Jovi, hoje prefiro Jorge Vercilo, não perdia uma corrida de Fórmula-1 só para ver o Senna, esse ano de 2010, não vi nenhuma das corridas da temporada. Assim somos todos nós, seres humanos. O problema, é que me parece que as pessoas tem medo das mudanças, isso me cheira além de medo, certas vezes, conformismo.
É necessário que nos renovemos a cada dia, ano, década, não forçadamente, mas que ao menos não coloquemos barreiras ao "novo".
Há uma estória muito interessante que uma vez um amigo budista me mandou, que diz mais ou menos assim: Havia um sábio Zen que vivia numa montanha do Tibé, e foi procurado certa vez por um professor universitário que foi lhe inquirir sobre o Zen. O professor ao entrar, começou a falar, falar, e o sábio então lhe ofereceu uma xícara de chá. Como o hóspede houvesse aceitado, o mestre ao servi-lo, encheu tanto a xícara que essa passou a transbordar. Ao ver que o sábio não parava de enchê-la, o professor chamou a atenção para o fato e o mestre lhe respondeu: "Assim como essa xícara, você está cheio de ideas e opiniões pessoais, para que conheças pensamentos novos, é preciso primeiro esvaziar-se, como é necessário esvaziar a xícara".
Será que nós nos permitimos esvaziar diante da vida, calando ideias pré-concebidas, atitudes, para sermos preenchidos por atitudes e ideias novas? Será que não foi exatamente por Pilatos e Herodes estarem com o coração cheios de ideias embasadas em preconceitos, que Jesus se calou, e apenas disse que seu Reino não era desse mundo? Que se negou a dizer à Pilatos o que era a Verdade? Eles já estavam cheios de suas verdades pessoais. Jesus sabia disso.
Então, sendo assim, nós nascemos com ideias e devemos abandoná-las no decorrer da vida? Muitas vezes sim. Uma ideia só deve ser mantida quando não prejudica a ninguém, inclusive o próprio dono da ideia. Muitos espíritos ao reencarnarem, trazem consigo ideias de amor, caridade, renúncia, como São Francisco de Assis, Buda, Gandhi, mas outros também trazem ideias que tomam como certezas e passam a prejudicar muitas pessoas e até eles mesmos, como Hitler, Mussollini, entre outros.
E você, quais são suas ideias, suas certezas? Elas prejudicam, ajudam, ou não agregam nada? Você se permite viver, mudar, pelo seu bem e pelo bem de outras pessoas? Pense.
Deus abençoe a todos!
- Uilson Carlos

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