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segunda-feira, 26 de março de 2012

Espíritas uniformes?

Olá pessoal.

Outro dia estava lendo o livro Cascata de Luz, de Luiz Sérgio, e interessante é que nesse livro ele deixa bem claro que espíritas iniciantes devem ler apenas as obras de Kardec. Mas, ao contrário de um grande amigo, o Sr. Orlando, um dos dirigentes do Centro Espírita Professor José Herculano Pires, eu não concordo com essa afirmação de Luiz Sérgio. Há espíritas e espíritas. As pessoas não são iguais em níveis culturais, emotivos, etc...Não se pode enquadrar todos os espíritas num estigma e achar que todos são da mesma forma.
Não tenho aqui o desejo de ser presunçoso e desmentir um espírito tão carismático quanto Luiz Sérgio, mas o ato de pensar é inerente a todos. Concordar e descordar é consequencia direta dessa atitude. Pensemos e tiremos nossas conclusões.

- Uilson Carlos

quarta-feira, 21 de março de 2012

O Novo Fetiche!

A modernidade, período que se estendeu pelos últimos cinco séculos, está em crise. Vivemos, hoje, não uma época de mudanças, mas uma mudança de época. No milênio que começa emerge algo imprecisamente chamado de pós-modernidade, que se insinua bem diferente de tudo o que nos antecedeu, imprimindo novo paradigma.

Na Idade Média, a cultura girava em torno da figura divina, na ideia de Deus. Na modernidade, centra-se no ser humano, na razão e em suas duas filhas diletas: a ciência e a tecnologia.

Um dos símbolos que melhor expressa esta passagem é a pintura de Michelangelo – A criação de Adão - no teto da Capela Sistina: Deus Pai, de barba longa, todo encoberto de mantos, representa o teocentrismo da época perante o homem desnudo, fortemente atraído para a Terra. O homem estende o dedo para não perder o contato com o transcendente, com o divino. A desnudez de Adão traduz o advento do antropocentrismo e a revolução que a modernidade representou em nossa cultura.

Episódio característico da modernidade ocorreu em 1682, quando mister Halley, baseado exclusivamente em cálculos matemáticos - pois não dispunha de instrumentos óticos -, previu que um cometa voltaria a aparecer nos céus de Londres dentro de 76 anos. Na ocasião, muitos o consideraram louco. Como, fechado em seu escritório, baseado em cálculos feitos no papel, poderia prever o movimento dos astros no céu? Quem, senão Deus, domina a abóbada celestial?”.

Mister Halley morreu em 1742, antes de se completarem os 76 anos previstos. Em 1758, o cometa, que hoje leva o seu nome, voltou a iluminar os céus de Londres. Era a glória da razão!

“Se é assim,” disseram, “se a razão é capaz de prever os movimentos dos astros como demonstraram Copérnico e Galileu - e depois Newton, um dos pilares da nossa cultura -, então ela haverá de resolver todos os dramas humanos! Porá fim ao sofrimento, à dor, à fome, à peste. Criará um mundo de luzes, progresso e felicidade!”

Cinco séculos depois, o saldo não é dos mais positivos. Muito pelo contrário. Os dados são da FAO: somos 7 bilhões de pessoas no planeta, das quais metade vive abaixo da faixa da pobreza, e 852 milhões sobrevivem com fome crônica.

Há quem afirme que o problema da fome é causado pelo excesso de bocas. Em função disso, propõe o controle da natalidade. Oponho-me ao controle, e sou favorável ao planejamento familiar. O primeiro é compulsório, o segundo respeita a liberdade do casal. E não aceito o argumento de que há bocas em demasia. Nem falta de alimentos. Segundo a FAO, o mundo produz o suficiente para alimentar 11 bilhões de bocas. O que há é falta de justiça, de partilha, e excessiva concentração da riqueza.

Por atravessarmos um período de muita insegurança, as pessoas buscam respostas fora do razoável. Observe-se, por exemplo, o fenômeno do esoterismo: nunca Deus esteve tão em voga como agora. Suscita paixões e fundamentalismos, a favor ou contra.

A crise da modernidade culmina no momento em que o sistema capitalista alcança a sua suprema hegemonia com o fim do socialismo, e adquire um novo caráter, chamado de neoliberal.

Quais as chaves de leitura dessa mudança do liberalismo para o neoliberalismo? Sob o liberalismo, falava-se muito em desenvolvimento. Na década de 1960, surgiu a teoria do desenvolvimento, que incluía também a noção de subdesenvolvimento; criou-se a Aliança para o Progresso, destinada a “desenvolver” a América Latina.

A palavra ‘desenvolvimento’ tem certo componente ético, porque ao menos se imagina que todos devem ser beneficiados. Hoje, o termo é ‘modernização’, que não tem conteúdo humano, mas sim forte conotação tecnológica. Modernizar é equipar-se tecnologicamente, competir, lograr que a minha empresa, a minha cidade, o meu país, aproximem-se do paradigma primeiro-mundista, ainda que isso signifique sacrifício para milhões de pessoas.

O Mercado é o novo fetiche religioso da sociedade em que vivemos. Outrora, pela manhã nossos avós consultavam a Bíblia. Nossos pais, o serviço de meteorologia. Hoje, consultam-se os índices do Mercado...

Diante de uma catástrofe, de um acontecimento inesperado, dizem os comentaristas econômicos: “Vamos ver como o Mercado reage”. Fico imaginando um senhor, Mr. Mercado, trancado em seu castelo e gritando pelo celular: “Não gostei da fala do ministro, estou irado.” E na mesma hora os telejornais destacam: “O Mercado não reagiu bem frente ao discurso ministerial”.

O mercado é, agora, internacional, globalizado, move-se segundo suas próprias regras, e não de acordo com as necessidades humanas. De fato, predomina a globocolonização, a imposição ao planeta do modelo anglo-saxônico de sociedade. Centrado no consumismo, na especulação, na transformação do mundo em cassino global.

Diante da crise financeira que afeta o capitalismo e, em especial, direitos sociais conquistados nos últimos dois séculos, é hora de se perguntar: qual será o paradigma da pós-modernidade? Mercado ou a “globalização da solidariedade”, na expressão do papa João Paulo II?

Frei Betto

quinta-feira, 1 de março de 2012

INDULGÊNCIA E NÓS

INDULGÊNCIA E NÓS


Quando ofensas te visitem
Não revides, alma boa,
Ama, trabalha, perdoa,
... Não penses mal de ninguém;
A pessoa humilha e fere
Quando não sabe o que custa
Fugir à lei nobre e justa
Com que Deus preserva o bem.

Aversão, cólera, insulto,
Inveja, impulso violento
Discórdia, ressentimento
Desespero e orgulho vão.
No fundo, somente expressam
Enfermidades da mente
Que esperam de toda gente
O amparo da compaixão.

Quando a injúria te ameace,
Age e constrói, serve e lida,
A gente guarda na vida
Somente aquilo que fez.
Todos estamos na escola,
Hoje, há quem erre e se gabe,
Amanhã, talvez... Quem sabe?
Chegue também nossa vez.


Psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier (Chico Xavier) pelo espírito Maria Dolores.
Mensagem extraída do livro Coração e Vida, editora IDEAL.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

PRECE DOS AFLITOS E AGONIZANTES

Olá pessoal.
Deixo aqui a prece feita pelo espírito Abigail, na Palestina do século I, ao ver seu pai desencarnar sob a tortura romana, e depois seu irmão Jeziel, que antes de desencarnar, pediu para que ela fizesse essa linda prece, que está no lindo livro Paulo e Estêvão, de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier.
Meditemos...

Prece dos aflitos e agonizantes

Senhor Deus, Pai dos que choram,
Dos tristes, dos oprimidos.
Fortaleza dos vencidos,
Consolo de toda a dor,
Embora a miséria amarga,
Dos prantos de nosso erro,
Deste mundo de desterro,
Clamamos por vosso amor!

Nas aflições do caminho,
Na noite mais tormentosa,
Vossa fonte generosa
É o bem que não secará...
Sois, em tudo, a luz eterna
Da alegria e da bonança
Nossa porta de esperança
Que nunca se fechará.

Quando tudo nos despreza
No mundo da iniqüidade,
Quando vem a tempestade
Sobre as flores da ilusão!
O! Pai, sois a luz divina,
O cântico da certeza,
Vencendo toda aspereza,
Vencendo toda aflição.

No dia de nossa morte,
No abandono ou no tormento,
Trazei-nos o esquecimento
Da sombra, da dor, do mal!...
Que nos últimos instantes,
Sintamos a luz da vida
Renovada e redimida
Na paz ditosa e imortal.


Abigail

O ovo da serpente

Não é preciso ser economista para perceber a grave turbulência que afeta a economia globalizada. Se a locomotiva freia, todos os vagões se chocam, contidos em seu avanço. E o Brasil, apesar do PIB de US$ 2,5 trilhões, ainda é vagão...

Todo ano, desde 1980, cumpro a maratona de uma semana de palestras na Itália. Desde o início deste novo milênio eram evidentes os sintomas de que a próxima geração não desfrutará do mesmo nível de bem-estar dos últimos 20 anos. Nenhuma economia podia suportar tamanho consumismo e a monopolização crescente da riqueza. Agora, a realidade o comprova. A carruagem da Cinderela virou abóbora. A União Europeia patina no pântano...

Muitas são as causas da atual crise econômica. Apontá-las com precisão é tarefa dos economistas que não cultivam a religião da idolatria do mercado. Como leigo no assunto, arrisco o meu palpite.

Desde os anos 80, a especulação se descolou da produção. O mundo virou um cassino global. Sem passaporte e sem vistos, bilhões de dólares trafegam livremente, dia e noite, em busca de investimentos rentáveis. Enquanto o PIB do planeta é de US$ 62 trilhões, o cacife do cassino é de US$ 600 trilhões. A famosa bolha... Haja papel sem lastro!

A lógica do lucro supera a da qualidade de vida. A estabilidade dos mercados é, para os governos centrais, mais importante que a dos povos. Salvar moedas, e não vida humanas.

Todos sabemos como a prosperidade da Europa ocidental foi alcançada. Para se evitar o risco do comunismo, implantou-se o Estado de bem-estar social. Combinaram-se Estado provedor e direitos sociais. Reduziu-se a desigualdade social, e as famílias de trabalhadores passaram a ter acesso à escolaridade, assistência de saúde, carro e casa própria.

Em contrapartida, para não afetar a robustez do capital, desregularam-se as relações de trabalho, desativou-se a luta sindical, sepultou-se a esquerda. Tudo indicava que a prosperidade, que batia à porta, viera para ficar.

Não se deu a devida importância a um pequeno detalhe aritmético: se há duas galinhas para duas pessoas, e uma se apropria das duas, a outra fica a ver navios... E quando a fome bate, quem nada tem invade o espaço de quem muito acumulou.

Assim, os pobres do mundo, atraídos pelo novo Eldorado europeu, foram em busca de um lugar ao sol. Ótimo, a Europa, como os EUA, necessitava de quem, a baixo custo, limpasse privadas, cuidasse do jardim, lavasse carros...

A onda migratória viu-se reforçada pela queda do Muro de Berlim. A democracia política chegou ao Leste europeu desacompanhada da democracia econômica. Enquanto milhares tomaram o rumo de uma vida melhor no Ocidente, seus governos acreditaram que, para chegar ao Paraíso, era preciso ingressar na zona do euro.

A Europa entrou em colapso. A culpa é de quem? Ora, crime de colarinho branco não tem culpado. Quem foi punido pela crise usamericana em 2008? Os desmatadores do Brasil não estão sendo anistiados pelo novo Código Florestal?

Culpados existem. Todos, agora, se escondem sob a barra da saia do FMI. E nós, brasileiros, sabemos bem como este grande inquisidor da economia pune quem comete heresias financeiras: redução do investimento público; arrocho fiscal, desemprego, aumento de impostos, corte de direitos sociais, punição a países com déficit público etc.

O descaramento é tanto que o pacote do FMI inclui menos democracia e mais intervencionismo. Quando Papandréu, primeiro-ministro da Grécia, propôs um plebiscito para ouvir a voz do povo, o FMI vetou a proposta, depôs o homem e nomeou Papademos, um tecnocrata, para o seu lugar. Também o governo da Itália foi ocupado por um tecnocrata. Como se o fim da crise dependesse de uma solução contábil.

A história recente da Europa ensina que a crise social é o ovo da serpente – chocado pelo fascismo. Sobretudo quando a crise não é de um país, é de um continente. Não adiantam mobilizações em um país, é preciso que elas se expandam por toda a Europa. Mas como, se não existem sindicalismo combativo nem partidos progressistas?

As mobilizações tipo Ocupem Wall Street servem para denunciar, não para propor, se não houver um projeto político. Quem se queixa do presente e teme o futuro, corre o risco de se refugiar no passado – onde se abrigam os fantasmas de Hitler e Mussolini.

Frei Betto

PAUTA 2012

Olá pessoal.

Deixo aqui um texto de Frei Betto para analisarmos esse ano de 2012 de um ponto de vista crítico e consciente.
Abraço a todos.

Tudo indica que não teremos pela frente um ano fácil. A crise do capitalismo, que não é apenas financeira, mas estrutural, começa a afetar as economias emergentes, inclusive a do Brasil. Nada indica que os países da zona do euro vão deter a corrosão de suas economias e manter a mesma moeda.

Se a China, os EUA e a União Europeia reduzirem suas importações, o PIB brasileiro, que já chega ao patamar de R$ 4 trilhões (= US$ 2,5 trilhões) cairá junto com o crescimento do país. O governo Dilma dará tratos à bola para aquecer o mercado interno, segurar a inflação e favorecer o crédito. Tomara que consiga. Mas tudo indica que nessa viagem rumo ao desenvolvimento o Brasil enfrentará sérias turbulências.

Os próximos meses terão, como pauta prioritária, as eleições municipais de outubro. De novo, muita baixaria vai rolar... O importante é o eleitor não torcer o nariz para o processo eleitoral. Lembre-se: quem tem nojo de política é governado por quem não tem.

Deixo uma sugestão: faça uma lista de 10 prioridades que você e sua comunidade (associação, sindicato, ONG etc) consideram urgentes ao seu
município. Tire cópias. Toda vez que um candidato a prefeito ou vereador vier pedir voto, pergunte, sem mostrar a lista, se concorda com os 10
pontos. Se disser que sim, apresente a lista e exija que ele assine. Se não assinar, alerte os eleitores.

Para que os candidatos se comprometam com metas e prazos, consulte as propostas da Rede Nossa São Paulo:www.nossasaopaulo.org.br

Outro assunto que dominará o ano são as obras da COPA. Haja esforço para que terminem antes de a bola rolar e haja fiscalização para evitar (ou ao menos reduzir) a corrupção via superfaturamento!

Entre 4 e 6 de junho, o Brasil sediará o megaevento ambiental conhecido como Rio+20 (Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento
Sustentável) ­ vinte anos após a Eco 92, que reuniu líderes mundiais, inclusive Fidel Castro. A proposta de realização deste evento foi de Lula, em 2007.

A Eco 92 rendeu frutos importantes, como a Agenda 21, a Carta da Terra, e as convenções do Clima e da Biodiversidade.

A diplomacia brasileira terá de fazer muito esforço para trazer à Cidade Maravilhosa ao menos meia dúzia de chefes de Estado do G8, os países que governam o planeta. Isso porque o G8 está cada vez menos interessado em preservação ambiental, e mais em tirar suas nações da recessão.

Paralela à Rio+20 haverá a Cúpula dos Povos, que reunirá ONGs e empresas, universidades e associações, enfim, segmentos da sociedade civil
interessados na questão ambiental.

E atenção: o Calendário Maia termina em 2012. Há quem encare isso como anúncio do fim do mundo! Há quem afirme ser o início de novo ciclo cósmico! Não se afobe. Faça de 2012 o fim de tudo isso que reduz sua qualidade de vida e o início do que pode melhorá-la. Garanto que você terá um feliz ano novo!

Frei Betto

sábado, 28 de janeiro de 2012

O drama do Pinheirinho

Olá pessoal.

Conforme eu havia prometido, aqui está o e-mail que foi enviado a mim pelo professor Wilson Honório, historiador da USP, sobre o drama do Pinheirinho. Começo com esse texto, uma série de textos, escritos com mais assiduidade, depois de um ano de 2011 em que quase não tive tempo de me dedicar ao blog.
Relembrando que esse blog não é só destinado só aos espíritas. Eu e meu amigo Luiz abordamos espiritismo por sermos espíritas, mas principalmente, por acreditarmos que o espírita não deve se abster da vida política. Mas, também nos dirigimos à todos que, como nós, sabe da necessidade de se lutar por um mundo mais justos, em que as pessoas sejam mais amadas e respeitadas, como Jesus ensinou.
Dostoiévski disse que "inferno é o sofrimento de não poder mais amar". E quando agimos com indiferença em relação aos sofredores do mundo achando que não há "injustiçados", estamos julgando e praticando uma fé cega, e irracional, cegos pela indiferença e ignorância.
O e-mail abaixo é de um historiador respeitado, militante político, e que diz que chorou ao ver a realidade que os meios de comunicação não mostram.
Eu também chorei...


Compas. e amig@s,

A grande mídia tem sido parte fundamental da ocultação da verdade e das mentiras deslavadas que têm sido ditas e propagadas pelos tucanos Alckmin e Cury e toda o resto da corja responsável pelo massacre no Pinheirinho e atual situação dos moradores. Há, inclusive, uma nefasta campanha de criminalização dos moradores, com claro objetivo de provocar pânico na cidade.

Por isso mesmo, é fundamental que utilizemos dos nossos meios para divulgar a verdade. As matérias, vídeos e entrevistas em aúdio, abaixo, tem este objetivo. Retransmita-as da forma mais ampla possível. E, acima de tudo, mobilize o máximo de pessoas que puder para participar das atividades que estão sendo programadas (uma série de reuniões que ocorreram hoje, envolvendo vários movimentos sociais, preparou um calendário de atividades que começara a ser divulgado a partir de amanhã. Fiquem atentos(as).

Não poderia encerrar sem dizer que, hoje, depois de participar do ato em São José dos Campos (a matéria também será publicada no site), estive em uma igreja que tem servido de refúgio para cerca de mil moradores. O que vi é indiscritível. O local está cercado por pesados batalhões de choque. Todo o comércio da região está fechado (assim como a policia, de forma escandalosa, fez com que todo o comércio do centro de SJC fosse fechado enquanto realizávamos uma caminhada). Não há ônibus na região. Mulheres, crianças, jovens, idosos estão espalhados por todos lados, com pouquíssima água, comida cedida por entidades e sindicatos, nenhuma roupa além daquela que eles vestiam no momento em que foram arrancados e expulsos de suas casas deibaixo de tiros e bombas.

Ouvi dezenas de histórias de medo, de dor, sofrimento e perda. Cenas que fizeram até mesmo um dos cameraman de uma emissora que estava lá ter que interromper seu trabalho porque não conseguia conter as lágrimas. Para nós, que conhecemos muitas daquelas pessoas por termos estado lá ou tê-las encontrado em lutas tão diversas como a Parada LGBT de São Paulo, as portas de fábricas de São José ou as mobilizações populares e da juventude na região, a dor só não foi maior do que a revolta em ver aqueles lutadores e lutadoras num momento tão difícil. Gente que viu seus sonhos transformados repetinamente em um pesadelo que muitos deles só tinham visto pela TV, na Faixa de Gaza, nos campos de refugiados, nas zonas de guerras. Gente batalhadora que foi brutalmente vitimada pela ganância capitalista. Gente digna covardemente atacada por uma corja de burgueses (com e sem mandatos) e as instituições que eles criaram, sempre dispostas a marginalizar ou, sem pestanejar, matar quer quer for para assegurar as mordomias que este sistema lhes garante.

Contudo, assim como eu, tenho certeza que todos os que passaram por aquela igreja ou, há dias, têm estado ombro a ombro com os moradores, só podem pensar em uma coisa: redobrar, triplicar, multiplicar ao limite do impossível, os esforços para seguir na luta. De todas as formas possíveis e necessárias. Até que consigamos reverter esta história e devolver a moradia e a paz aos moradores do Pinheirinho. Não há como não ser profundamente tocado pela esperança que vi transparecer em olhares mergulhados em lágrimas, transtornados pela indignação e a revolta, mas ainda vibrantes em esperança e vontade de seguir na luta. Não há como pensar em fraquejar diante de gente que, mesmo com feridas expostas, faminta, com amigos e parentes desaparecidos e jogada ao relento, ainda encontra forças para seguir resistindo.

Acima de tudo, não há como não assumir o compromisso, com cada um deles, que nós, onde quer que estejamos, da forma que for possível, não os abandonaremos. Ao ver (ao vivo ou através das imagens que temos conseguido fazer atravessar o bloqueio da mídia) muitos daqueles que nós, orgulhosamente, chamamos de nosso "exército de brancaleones", como que caídos no campo de batalha, com suas tropas dispersas, mas ainda com forças para seguir lutando, nossa reação não pode ser outra: nos unirmos como um verdadeiro exército de indignados que os cerque de solidariedade (inclusive material, neste momento) e siga na luta para lhes devolver as conquistas que eles tiveram, com tanto sacrifício, nos últimos oito anos. É isto que eles merecem. É isto que lhes devemos.

E estejam certos, a batalha para que os moradors do Pinheirinho nào sejam despejados e resgatem suas vidas é apenas uma parte da luta para que um dia, da forma devida, vinguemos cada injustiça, cada lágrima, cada ferido ou morto que Cury, Alckmin e todos aqueles que se colocarem como cúmplices destes assassinos (inclusive aquelas e aqueles que hoje, no governo federal, têm mantido uma criminosa omissão diante desta tragédia).

Desculpem-me pela introdução/desabafo. Quem me conhece, sabe que não sou de deixar nós na garganta. O fundamental é que as notícias circulem e todos se engajem nas atividades que estão sendo programadas.

Abraços,
Wilson
Movimento Quilombo Raça e Classe
Secretaria de Negros e Negras do PSTU

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

ANTE A LIÇÃO

"Considera o que te digo, porque o Senhor te dará entendimento em tudo."
Paulo.
(II Timóteo, 2:7.)

Ante a exposição da verdade, não te esquives à meditação sobre as luzes que recebes.
Quem fita o céu de relance,sem contemplá-lo, não enxerga as estrelas; e quema sinfonia, sem abrir-lhe a acústica da alma, não lhe percebe as notas divinas.
Debalde escutarás a palavra inspirada de pregadores ardentes, se não descerrares o coração para que o teu sentimento mergulhe na claridade bendita daquela.
Inúmeros seguidores do Evangelho se queixam da incapacidade de retenção dos ensinos da Boa Nova, afirmando-se ineptos à frente das novas revelações, e isto porque não dispensaram maior trato à lição ouvida, demorando-se longo tempo na província da distração e da leviandade.
Quando a câmara permanece sombria, somos nós quem desata o ferrolho à janela pata que o sol nos visite.
Dediquemos algum esforço à graça da lição e a lição nos responderá com suas graças.
O apóstolo dos gentios é claro na observação.
"Considera o que te digo, porque, então, o Senhor te dará entendimento em tudo.
Considerar significa examinar, atender, refletir e apreciar.
Estejamos, pois, convencidos de que, prestando atenção aos apontamentos do Código da Vida Eterna, o Senhor, em retribuição à nossa boa vontade, dar-nos-á entendimento em tudo.

EMMANUEL (LIVRO FONTE VIVA)

quinta-feira, 21 de julho de 2011

QUEM AMA


Quem Ama

Quem ama nada exige. Perdoa sem traçar condições.
Sabe sacrificar-se pela felicidade alheia.
Renuncia com alegria ao que mais deseja.
Não espera reconhecimento.
Serve sem cansaço.
Apaga-se para que outros brilhem.
Silencia as aflições, ocultando as próprias lágrimas.
Retribui o mal com o bem.
É sempre o mesmo em qualquer situação.
Vive para ser útil aos semelhantes.
Agradece a cruz que leva sobre os ombros.
Fala esclarecendo e ouve compreendendo.
Crê na Verdade e procura ser justo.
Quem ama, qual o samaritano anônimo da parábola do Mestre, levanta os caídos da estrada, balsamiza-lhes as chagas, abraça-os fraternalmente e segue adiante...
* * *
Ditado pelo Espírito Alexandre de Jesus.
Médium: Chico Xavier

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Pensa um Pouco

“As obras que eu faço em nome de meu Pai, essas testificam
de mim.” – Jesus. (João, 10:25.)

É vulgar a preocupação do homem comum, relativamente às
tradições familiares e aos institutos terrestres a que se prende,
nominalmente, exaltando-se nos títulos convencionais que lhe
identificam a personalidade.
Entretanto, na vida verdadeira, criatura alguma é conhecida
por semelhantes processos. Cada Espírito traz consigo a história
viva dos próprios feitos e somente as obras efetuadas dão a conhecer
o valor ou o demérito de cada um.
Com o enunciado, não desejamos afirmar que a palavra esteja
desprovida de suas vantagens indiscutíveis; todavia, é necessário
compreender-se que o verbo é também profundo potencial recebido
da Infinita Bondade, como recurso divino, tornando-se indispensável
saber o que estamos realizando com esse dom do Senhor
Eterno.
A afirmativa de Jesus, nesse particular, reveste-se de imperecível
beleza.
Que diríamos de um Salvador que estatuísse regras para a
Humanidade, sem partilhar-lhe as dificuldades e impedimentos?
O Cristo iniciou a missão divina entre homens do campo, viveu
entre doutores irritados e pecadores rebeldes, uniu-se a doentes
e aflitos, comeu o duro pão dos pescadores humildes e terminou
a tarefa santa entre dois ladrões.
Que mais desejas? Se aguardas vida fácil e situações de evidência
no mundo, lembra-te do Mestre e pensa um pouco.

Francisco Cândido Xavier - Pão Nosso - pelo Espírito Emmanuel

Prece dos Aflitos e Agonizantes

Prece dos aflitos e agonizantes
Senhor Deus, Pai dos que choram,
Dos tristes, dos oprimidos.
Fortaleza dos vencidos,
Consolo de toda a dor,
Embora a miséria amarga,
Dos prantos de nosso erro,
Deste mundo de desterro,
Clamamos por vosso amor!

Nas aflições do caminho,
Na noite mais tormentosa,
Vossa fonte generosa
É o bem que não secará...
Sois, em tudo, a luz eterna
Da alegria e da bonança
Nossa porta de esperança
Que nunca se fechará.

Quando tudo nos despreza
No mundo da iniqüidade,
Quando vem a tempestade
Sobre as flores da ilusão!
O! Pai, sois a luz divina,
O cântico da certeza,
Vencendo toda aspereza,
Vencendo toda aflição.

No dia de nossa morte,
No abandono ou no tormento,
Trazei-nos o esquecimento
Da sombra, da dor, do mal!...
Que nos últimos instantes,
Sintamos a luz da vida
Renovada e redimida
Na paz ditosa e imortal.


EMMANUEL

Psicografia de Francisco C.Xavier

Livro: Paulo E Estevão

Espiritismo Determinista?

Olá pessoal.

Finalmente estou de férias, e por isso, há mais tempo para falar com vocês.
Hoje estive conversando com minha amiga Janaína Pardin, do Centro Espírita Raio de Sol, e falamos muito sobre as velhas questões que tem me deixado tão perplexo, angustiado até, e a ela também, entre outros que ela mesma citou.
Falamos sobre a questão da consciência, que o Professor Paulo Freire entendia como um ato que conduz à liberdade. Mas, para se ter consciência, é preciso, segundo Freire, ter prática renovadora vinculada às teorias defendidas por um sujeito dentro de sua História que, muitas vezes é determinante na História também de muitas outras pessoas. Caso contrário, o agir por agir, simplesmente, ou pior, o não agir, leva ao Determinismo das ações, das situações...leva a acreditar naquela história de que as coisas são do jeito que são porque tinham que ser assim, e não há nada a fazer...Diante dessa última afirmação eu sempre faço a mesma pergunta: Será?
E daí nunca me saiu da cabeça esse questionamento, que em parte foi respondido hoje por essa amiga: como podem alguns espíritas terem "consciência tranquila" diante de Deus, fazendo obras de caridade com caráter assistencialista, se há todo um sistema reproduzindo a desigualdade? Não que isso não seja importante e não estou desmerecendo quem faça isso. O mundo precisa dessas ações, mas essas ações não podem criar uma Filosofia Conformista, de que fazendo isso, se faz a Caridade necessária à evolução, e o resto se resolverá com o tempo.
A sociedade Contemporânea, é marcada por fortes traços de injustiça social, que muitos espíritas dizem que se resolverão com a evolução da humanidade. Isso em sí, já é um Determinismo, é jogar para o destino, para a sorte, para Deus, enfim, a responsabilidade das ações que tem de ser feitas por nós. Janaína também se diz espantada com essas afirmações no meio espírita, que têm em mãos, tantos conhecimentos codificados por Allan Kardec. Pois é muito fácil ver as injustiças sociais e esperar, apenas esperar - diferente daquele Esperançar que pregava Paulo Freire -, mas esperar que os espíritos tomem cosciência dos seus erros para não reencarnarem mais como mendigos de rua, esperar que os políticos evoluam a ponto de não usarem mais a máquina do Estado em benefício próprio, enfim, esperar, apenas isso.
Vejamos: Se um mendigo vive naquelas condições por ter abusado em outras vidas do dinheiro, é lógico que ele está sofrendo a Lei de Causa e Efeito, até esse ponto eu concordo com esse pensamento, porém, isso nos isenta de uma maior participação política? Há espíritas que não querem saber de política por a confundirem com politicagem, que coloca os interesses pessoais acima dos interesses coletivos, que é, ou ao menos deveria ser, o objetivo da política.
É preciso lembrar o exemplo maior que temos: Jesus. Há quem diga que Jesus não nasceu para Reformas Políticas. Porém, não devemos esquecer que Ele viveu na Palestina do século I, marcada pela Política Teocrática. Fariseus não deixavam de ser representantes do Estado Judaico - sujeito a Roma, mas com uma certa autonomia -, só porque eram representantes da religião local. Estado e Religião se misturavam no tempo de Jesus. E mesmo assim, Jesus chamou muitas vezes os Fariseus de hipócritas, por quererem provar que Ele estava errado, baseados numa Lei que determinava o pensamento religioso da época e que o próprio Jesus seguiu, até a idade em que saiu para mostrar que aqueles ensinamentos de Moisés se resumiam em dois mandamentos apenas: Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo.  Jesus ao propor isso, não tinha discurso político, não fazia parte de partidos, como entendemos o partidarismo hoje, mas propos uma nova consciência moral, que teria seus efeitos no social e político, e a História mostra isso, na aceitação do Cristianismo como Filosofia de Vida, que mudou os hábitos morais e as condições sociais dos cristãos.
Atualmente, mesmo com os conhecimentos trazidos pelos Espíritos de Luz, há quem ainda faça do Espiritismo uma mistificação, determinando "certo" e "errado". Mas o que é certo e o que é errado? Quem está em condições de determinar? Tenho um amigo, João Oliveira, que é um bom palestrante, profundo conhecedor do Evangelho, mas que não pode fazer palestras em muitas casas, por não ter curso de palestrante. Ele já é um senhor idoso, e quando começou a trabalhar no Espiritismo, digamos que as casas eram menos burocráticas.
Daí eu penso: O espiritismo burocrático de certas pessoas não está caindo no determinismo? A Doutrina Espírita, codificada por Kardec, nada tem de contrário às livres iniciativas do Ser, desde que essas o façam evoluir, e não prejudiquem ninguém, mas o pedantismo inerente a algumas pessoas, cria determinismos que desanimam, irritam, e quando eu por exemplo, questiono, a frase que escuto é sempre a mesma: "Faça a sua parte". O que é, então,  fazer minha parte? Calar e me conformar? E o caráter filosófico da Doutrina? É mentira? Claro que não. Mas talvez aqui nem se trate de mentiras, é a postura de alguns irmãos que estão criando uma espécie de Espiritismo Paralelo, um Espiritismo Determinista, que consola é verdade, os necessitados, mas que faz calar os que se atrevem a questionar posturas muitas vezes esdrúxulas de presidentes de centros espíritas por exemplo, que criam regras que muitas vezes nos fazem pensar: Por que isso?
Relembrando novamente Paulo Freire, essa semana coloquei aqui mesmo nesse blog a frase em que ele dizia que quanto mais ele lia Marx, mais encontrava fundamentação objetiva para se tornar camarada de Cristo.
Eu vou mais longe e coloco junto com Marx, Bakunin. E os dois eram ateus que lutaram por seus irmãos injustiçados, sem ficar pressupondo se as pessoas sofridas da época eram espíritos que usaram mal suas fortunas no passado. Exploração é exploração, Marx e Bakunin sabiam disso. Agora, junto com Marx e Bakunin eu colocaria, parafraseando Paulo Freire, Allan Kardec..."Quanto mais leio Marx, Bakunin e Kardec, mais encontro fundamentação objetiva para continuar sendo camarada de Cristo". Talvez porque Bakunin e Marx lutaram, assim como Jesus, pelos mais necessitados, os doentes da sociedade. E Kardec com a Doutrina Espírita, nos trouxe os "porquês" de nossas dores, nossas lutas, enfim, nossa caminhada evolutiva.
Haverá quem diga que Marx e Bakunin deixaram teorias que criaram Ditaduras, mas a Inquisição, as Cruzadas e outras lavagens cerebrais que temos ainda hoje, em nome de Jesus, também não são Ditaduras?
O Grande Médico, Jesus, não teve discurso político, mas mudou a política romana com seu discurso que aliviava tanto dores do corpo quanto da alma. Marx e Bakunin não tinham discurso religioso mas talvez pela nobreza de seus ideiais, mesmo sendo ateus, se aproximaram mais de Cristo do que nós, que mesmo crendo, perdemos tempo determinando livros, exigindo cursos de palestrante sem observar primeiro a boa vontade e o nível espiritual do irmão que quer palestrar, mas satisfazendo dessa forma a Burocracia,entre outros "desculpismos" que atrasam a marcha evolutiva do coletivo.
Jesus, Marx, Bakunin e Kardec deixaram seus legados. E essa geração de espíritas (sem generalizações lógico), deterministas, o que deixará?
- Uilson Carlos

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Frei Betto fala de Chico Xavier

"As escrituras registram que Jesus passou a vida fazendo o bem.O mesmo se aplica a Francisco de Paula Cândido Xavier, o mais famoso Kardecista brasileiro e um dos autores mais lidos do país.Conheci-o nos anos 50, em Minas Gerais. Nos meios católicos contavam-se horrores a seu respeito. Espíritas e Protestantes eram "queimados" na fogueira de nosso preconceito, até que o Papa João XXIII, nos anos 60, abriu as portas da Igreja católica ao ecumenismo. Chico Xavier é cristão na fé e na prática. Famoso, fugiu da tribuna. Poderoso, nunca enriqueceu. Objeto de peregrinações a Uberaba, jamais posou de guru. Quem dera que nós, católicos, em vez de nos inquietarmos com os mortos que escrevem pela mão de Chico, seguissemos, com os vivos, seu exemplo de bondade e amor"
 
Frei Betto
 
(entrevista dada a revista Época, em 1990)

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Paulo Freire, Karl Marx e Jesus Cristo

Olá pessoal, vou deixar prá vocês apenas uma frase. Leiam e reflitam, lembrando que o marxismo no objetivo final, é anarquista, pois ele quer acabar com o Estado burguês e proletário. As duas filosofias apenas diferem quanto ao métodos.
- Uilson Carlos
"...Quanto mais eu li Marx, mais eu encontrei uma fundametação objetiva para continuar camarada de Cristo..."
-Paulo Freire

PS: Dispensa comentários, remete às reflexões.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Eu aprendi

Olá pessoal.

Devido a correria recente, tenho tido pouco tempo para escrever, mas hoje, estou aqui não para deixar uma mensagem minha, mas para ofertar a vocês uma linda mensagem de Willian Shakespeare, de nome "Eu Aprendi". Afinal de contas, não nos esqueçamos que uma das temáticas desse blog é o espiritismo, e dentro do espiritismo temos que aprender a ser caridosos para sermos pessoas melhores. E não há jeito de ser caridoso com outro, sem ser caridoso com nós mesmos, não há como amar o outro, sem amarmos a nós mesmos, e a reflexão madura, inteligente, nos ajuda nesse processo de evolução.
Um abraço pros cara e beijo prás mina.

- Uilson Carlos

Eu aprendi
que a melhor sala de aula do mundo está aos pés
de uma pessoa mais velha;

Eu aprendi
que ter uma criança adormecida nos braços
é um dos momentos mais pacíficos do mundo;

Eu aprendi
que ser gentil é mais importante do que estar certo;

Eu aprendi
que nunca se deve negar um presente a uma criança;

Eu aprendi
que eu sempre posso fazer uma prece por alguém
quando não tenho a força para ajudá-lo de alguma outra forma;

Eu aprendi
que não importa quanta seriedade a vida exija de você,
cada um de nós precisa de um amigo brincalhão para se divertir junto;

Eu aprendi
que algumas vezes tudo o que precisamos é de uma mão para segurar
e um coração para nos entender;

Eu aprendi
que os passeios simples com meu pai em volta do quarteirão
nas noites de verão quando eu era criança fizeram maravilhas
para mim quando me tornei adulto;

Eu aprendi
que deveríamos ser gratos a Deus por não nos dar tudo que lhe pedimos;

Eu aprendi
que dinheiro não compra "classe";

Eu aprendi
que são os pequenos acontecimentos diários que tornam a vida espetacular;

Eu aprendi
que debaixo da "casca grossa" existe uma pessoa
que deseja ser apreciada, compreendida e amada;

Eu aprendi
que Deus não fez tudo num só dia; o que me faz pensar que eu possa ?

Eu aprendi
que ignorar os fatos não os altera;

Eu aprendi
que quando você planeja se nivelar com alguém,
apenas esta permitindo que essa pessoa continue a magoar você;

Eu aprendi
que o AMOR, e não o TEMPO, é que cura todas as feridas;

Eu aprendi
que a maneira mais facil para eu crescer como pessoa
é me cercar de gente mais inteligente do que eu;

Eu aprendi
que cada pessoa que a gente conhece deve ser saudada com um sorriso;

Eu aprendi
que ninguem é perfeito até que você se apaixone por essa pessoa;

Eu aprendi
que a vida é dura, mas eu sou mais ainda;

Eu aprendi
que as oportunidades nunca são perdidas;
alguém vai aproveitar as que você perdeu.

Eu aprendi
que quando o ancoradouro se torna amargo
a felicidade vai aportar em outro lugar;

Eu aprendi
que devemos sempre ter palavras doces e gentis
pois amanhã talvez tenhamos que engolí-las;

Eu aprendi
que um sorriso é a maneira mais barata de melhorar sua aparência;

Eu aprendi
que não posso escolher como me sinto,
mas posso escolher o que fazer a respeito;

Eu aprendi
que todos querem viver no topo da montanha,
mas toda felicidade e crescimento ocorre quando você esta escalando-a;

Eu aprendi
que só se deve dar conselho em duas ocasiões:
quando é pedido ou quando é caso de vida ou morte;

Eu apendi
Que quanto menos tempo tenho, mais coisas consigo fazer.


Willian Shakespeare  

quinta-feira, 31 de março de 2011

Espíritas, Capitalismo vale a pena?

ESPÍRITAS, O CAPITALISMO VALE A PENA?

Olá pessoal.

Primeiramente é preciso dizer que Capitalismo possui como uma de suas características o Comércio, mas não se limita a isso. O Comércio existe há milênios na História da Humanidade, só que as relações comerciais do Capitalismo Moderno, adquiriram características inéditas, e eu diria, muitas vezes desumanas.
O Anarquismo prega uma divisão, socialização das riquezas entre os homens e defende a ideia de que todos tenham a possibilidade de adquirir os meios básicos de sobrevivência, que todos trabalhem, e que os bens básicos necessários à sociedade, não sejam propriedade privada. Eu por exemplo, considero que uma das características mais desumanas do Capitalismo, é a ampliação do desemprego, que impede o acesso do homem à luta por sua melhoria de vida, lhe enobrece.

No Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo 16 - Não se Pode Servir a Deus e a Mamon - um dos tópicos comentados pelos Espíritos diz respeito a questão da Riqueza. A Riqueza é um Mal? Não. Como Espírita e como Anarquista eu também concordo com esse argumento dos Espíritos. O que é um mal é sua concentração nas mãos de poucos, e isso muitas vezes conseguido de forma ilícita, baseado na exploração do homem pelo homem.
A Riqueza do ponto de vista espírita serve de estímulo ao ser encarnado, possibilita-lhe maiores oportunidades de servir, mas é uma prova muito mais perigosa do que a pobreza, porque  o rico tem maiores oportunidades devido ao dinheiro fácil, de também errar.
Nesse mesmo tópico porém, há um comentário sobre a Desigualdade das Riquezas que os espíritos dizem que existe por que os homens, com seus diferentes graus de inteligência, suas diferentes moderações para conservá-la e adquiri-la, disposições diferentes para o labor, ou seja, o trabalho, nos leva a concluir que a
Riqueza induz ao trabalho e desenvolvimento, além de Econômico, também intelectual, moral, etc. Numa comparação com o anarquismo, vemos que também nesse ponto, não há divergências pois o anarquista quer a socialização da riqueza, e um espírita transformado pelos ideais de Jesus,realmente não vai querer se prender, guardar suas riquezas só prá si.

Não há diferença de pensamento entre o que pensamos como anarquistas, e o que prega o Evangelho Segundo o Espiritismo nesse Capítulo, porém, esse é um livro do Século XIX, e de lá para cá, o mundo sofreu diversas crises Econômicas e para superá-las o Capitalismo tomou medidas desumanas, fatores determinantes da desigualdade.
Como espírita, penso que devo pratica a Caridade sim, material, que tem um cunho mais assistencialista, moral, e nesse ponto da Caridade moral, penso que é muito complicado nos colocarmos à margem da atuação política, que não é atuação partidária. Não é também uma caridade lutar por aqueles que sofrem criticando, conscientizando e tentando mudar as estruturas de poder político e social?
E como anarquista digo que não é acabar com a Riqueza a proposta Anarquista/Comunista, mas acabar com a desigualdade através da socialização da riqueza, que pode ser suprida por Estados riquíssimos como os EUA, e no caso do Brasil em particular, que cresceu muito economicamente desde o governo Fernando Henrique, crescimento esse que não provocou melhorias humanas de fato, na vida dos brasileiros, tendo em vista que o número de pessoas abaixo da linha da pobreza no Brasil ainda é imenso, ou seja, não tem acesso àquilo que a Declaração Universal caracteriza como Direitos Humanos.
Será que só por que os brasileiros, desde 1994 quando houve a implantação do Real,  até os dias de hoje, em que se tem mais possibilidade comprar carros, televisores importados, computadores, enfim, que a sociedade passou a ter mais acesso aos bens de consumo geralmente financiados em várias prestações com juros altíssimos,  podemos falar em melhorias de vida? É ambígua essa questão, porque há sem dúvida uma melhoria no bem estar pessoal, provocado pela aquisição desses objetos, mas o que nós, anaquistas/espíritas, não concordamos, é que a sociedade não tem tido acesso aos Direitos Humanos que, como diz Frei Betto, às vezes nem se trata de humanos, mas de Direitos animais, como comer, ter um local para se abrigar do frio, uma moradia adequada, isso é coisa de bicho, de animal, e todos parecem esquecer inclusive que o homem é um animal e precisa dessas necessidades básicas que o Estado não cria.

O Estado que só se preocupa com o aspecto econômico, não age com mais eficácia para suprir o ser humano em suas necessidades básicas como já dissemos, e é para isso que o Estado existe. Se ele não faz o que lhe é devido, qual a necessidade da existência do Estado? Se não há porém, condições morais para que o ser humano viva numa sociedade sem governo, como argumentam alguns, não devemos ao menos exigir sua transformação? Pedir que os governantes façam prioritárias as verdadeiras necessidades sociais?

Há espíritas e cristãos de diversas outras religiões que pensam e afirmam que essa desigualdade acontece porque Deus quer. Vejamos: Se Deus é Onisciente como o próprio Espiritismo ensina, Ele certamente sempre soube que os homens iriam explorar uns aos outros com leis trabalhistas injustas, salários baixos que não permitem ao chefe de família manter os seus, entre outras características tristes desse sistema. Mas Deus nos deu o livre arbítrio, e a partir do momento em que há a possibilidade de mudança, da sociedade dizer um NÃO a esse sistema desumano, é mesmo a vontade de Deus ou vontade dos homens manter essa situação cômoda para poucos, e desconfortável para a maioria? Eu penso que Deus quis nos dar liberdade quando nos deu livre arbítrio. Sendo assim, se Deus nos deu a liberdade, por que aprisionamos pessoas através de sistemas econômicos injustos? Isso que vemos creio eu, não pode ser vontade de Deus. Seria um paradoxo imenso.

O Capitalismo atual criou Leis baseadas numa teoria chamada Liberalismo Econômico, que reduz o poder do Estado, ou seja, o Estado se sujeitou a ser ferramenta de poucos poderosos que sustentam seus governantes, - pois o Estado em sí, é sustentado principalmente pelos impostos pagos pelos pobres sem poder -, criando leis absurdas aos mais pobres e beneficiando os mais ricos, donos do poder, se tornando assim um instrumento de sofrimento para os pobres. Um exemplo disso é a atuação do Estado na expulsão dos manifestantes de frente da Prefeitura de São Paulo, que protestavam contra o aumento da passagem de ônibus, que foi muito maior que o nível da inflação. Houve sim,  um estudante que se acorrentou nas catracas da Prefeitura, mas o que a Imprensa não diz é que começou uma manifestação em apoio aos estudantes do lado de fora, de cidadãos que apenas passavam por ali, e se identificaram com a causa.

Mas nós não pregamos a revolução armada, que fique bem claro, e sim a conscientização. Não pregamos a violência, mas sim uma ação pacífica, que já ocorreu na História, como Gandhi fez na Índia e a libertou do poder opressor da Inglaterra. Gandhi agiu como um anarquista, ele não obedeceu às leis do Estado que explorava seu povo. O que o Estado quer, em qualquer lugar do mundo, é nos fazer comprar suas mercadorias, aumentando assim o crescimento do PIB de cada país, depois de nos fazer acreditar nas suas ideologias. Mas quem ganha com o aumento do PIB se há concentração de renda e ausência de desenvolvimento social?

Quanto às ideologias, uma das coisas que considero um crime atualmente, é dizer por exemplo a uma criança, que ela tem que estudar para ser alguém na vida. O que é ser alguém nessa sociedade contemporânea? É alcançar státus social? E aqueles que não alcançam por diversos fatores, se transformam em quê? Há um discurso hipócrita, sustentado pelas ideologias defendidas pelo Estado, uma mudança de valores que foram corrompidos pelo sistema que faz a sociedade pensar que dentro do mundo globalizado, para ser alguém, tem que ser bem sucedido, ter o carro mais bonito, a roupa de marca, enfim, tudo que o Espiritismo nega em suas afirmações Evangélicas. Ou será que Jesus disse o contrário disso? Jesus não viveu ao lado dos pobres, valorizando assim, suas condições humanas, fazendo-os se sentirem o que realmente são, filhos de Deus tanto quanto os ricos? Jesus não mostrou com suas atitudes, que o poder do mundo, sua riqueza, seu luxo, eram transitórios?

É CONTRADITÓRIO O DISCURSO PROPOSTO PELO CAPITAL E A DOUTRINA ESPÍRITA. Sendo assim, volto a perguntar aos espíritas: É vontade de Deus mesmo? Ou vontade de empresários capitalistas bem sucedidos e interesseiros, que financiam os políticos?

Pensem. Porém, não se esqueçam de alguns princípios básicos: o Anarquismo que defendemos, a partir de uma concepção cristã, - pois não somos ortodoxos seguidores de Bakunin, Proudhon, ou qualquer outro pensador anarquista, fazemos nossas teoria depois de analisarmos muito do que foi proposto, como muitos fizeram por exemplo, com o marxismo - , não é contra a riqueza, mas quer a socialização das riquezas, pois a concentração de renda é que gera a pobreza, as grandes nações pregam o Sistema Capitalista como sendo Democrático, contrário às Ditaduras dos países Comunistas, que como espíritas não podemos negar, nem eu como historiador, mas os erros de Stálin por exemplo, que também é um filho desse mesmo Deus que nós espíritas acreditamos, não desvalorizam os ideais Anarquistas/Comunistas, assim como a traição de Judas, a negação de Pedro, não desmereceram o trabalho evangélico feito pelos mesmos apóstolos que negaram Jesus, após sua Crucificação.

Espíritas e cristãos de uma maneira geral, há muito o que se mudar, há muito o que se pensar, e aqueles que consideram essa questão esgotada, pela realidade efetiva das coisas, como diria Maquiavel, talvez esteja precisando rever conceitos, antes que se tornem "Pré-Conceitos".

Abraços.

- Uilson Carlos

segunda-feira, 28 de março de 2011

Na Grande Romagem

NA GRANDE ROMAGEM
“Pela fé, Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que
havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia”. -
Paulo. HEBREUS 11:8.
Pela fé, o aprendiz do Evangelho é chamado, como Abraão, à sublime
herança que lhe é destinada.
A conscrição atinge a todos.
O grande patriarca hebreu saiu sem saber para onde ia...
E nós, por nossa vez, devemos erguer o coração e partir igualmente.
Ignoramos as estações de contacto na caminhada enorme, mas
estamos informados de que o nosso objetivo é Cristo Jesus.
Quantas vezes seremos constrangidos a pisar sobre espinheiros da
calúnia? quantas vezes transitaremos pelo trilho escabroso da
incompreensão? quantos aguaceiros de lágrimas nos alcançarão o
espírito? quantas nuvens estarão interpostas, entre o nosso
pensamento e o Céu, em largos trechos da senda?
Insolúvel a resposta. Importa, contudo, marchar sempre, no caminho
interior da própria redenção, sem esmorecimento.
Hoje, é o suor intensivo; amanhã, é a responsabilidade; depois, é o
sofrimento e, em seguida, é a solidão...
Ainda assim, é indispensável seguir sem desânimo.
Quando não seja possível avançar dois passos por dia, desloquemo-
nos para diante, pelo menos, alguns milímetros...
Abre-se a vanguarda em horizontes novos de entendimento e
bondade, iluminação espiritual e progresso na virtude.
Subamos, sem repouso, pela montanha escarpada:
Vencendo desertos...
Superando dificuldades...
Varando nevoeiros...
Eliminando obstáculos...
Abraão obedeceu, sem saber para onde ia, e encontrou a realização
da sua felicidade.
Obedeçamos, por nossa vez, conscientes de nossa destinação e
convictos de que o Senhor nos espera, além da nossa cruz, nos cimos
resplandecentes da eterna ressurreição.

EMMANUEL, DO LIVRO FONTE VIVA
FRANCISCO CANDIDO XAVIER

terça-feira, 22 de março de 2011

Solução

Se você procura solução adequada ao seu problema, não olvide o grande remédio do Trabalho, doador de infinitos recursos, em favor do progresso do Homem e da Humanidade.
Seu cérebro vive cheio de perguntas?
Trabalhe e o serviço conferir-lhe-á respostas exatas.
Suas mãos permanecem paralisadas pelo desânimo?
Insista no trabalho e o movimento voltará.
Seus braços jazem fatigados?
Confie-se ao esforço novamente e a ação simbolizará para eles o lubrificante preciso.
Seu coração vive pesaroso e sem luz?
Procure agir no bem incessante e a alegria ser-lhe-á precioso salário.
Seus ideais encontraram sombra e gelo no grande caminho da vida?
Dê seu concurso às boas obras sem desfalecer e claridades novas brilharão no céu de seus pensamentos.
A parada que não significa descanso construtivo para recomeçar as atividades úteis é alguma coisa semelhante à morte.
Todos os males da retaguarda podem surpreender aquele que não avança. Mas se você acredita no poder do Trabalho, aceitando o serviço aos semelhantes, por norma de viver em paz, na obediência a Deus, o seu espírito terá penetrado realmente o verdadeiro caminho da salvação.

ANDRÉ LUIZ