Olá pessoal.
Naquele tempo, enquanto Jesus estava falando às multidões, sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora, procurando falar com ele. Alguém disse a Jesus: “Olha! Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar contigo”. Jesus perguntou àquele que tinha falado: “Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?” E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse: “Eis minha mãe e meus irmãos. Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.
(Mateus 12, 46-50)
Ora, quando Jesus viu sua mãe e o discípulo a quem amava, de pé (ali), Ele disse a Sua mãe: Mulher, Eis aí seu filho! Depois disse àquele discípulo: Eis sua mãe! Dessa hora em diante o discípulo a levou para sua própria casa.
(João 19, 26-27)
Existem anarquistas que defendem a ideia de Jesus ter sido um anarquista, concordo, mas há também anarquistas que se baseiam em passagens do Evangelho como a passagem de Mateus aqui colocada, para dizer que Jesus era contra a família, discordo desse pensamento.
Se Jesus fosse realmente contra a família, Ele não tinha feito de Maria Sua Própria Mãe, a Mãe Espiritual do Apóstolo João, dizendo-a para tomá-lo como filho, e a João que a tomasse como Sua Mãe. Desde esse momento, João tomou conta de Maria, levou-a para sua casa, e passaram a ser Mãe e Filho.
Alguns anarquistas ortodoxos já me disseram que não podemos pregar essa teoria, porque Bakunin não concordaria, Proudhon, enfim.....
Gostaria que ficasse bem claro aos meus amigos que meu Maior Mestre não é Bakunin, nem qualquer outro intelectual do anarquismo, e sim Jesus.
Consideramos, eu e meu amigo Luiz, que criou esse blog e me convidou para ajudá-lo, que Jesus foi sim um anarquista, não porque houvesse anarquismo na Idade Antiga, mas pelas atitudes que Ele tomava:
*Jesus era a favor da igualdade;
*Não defendeu nenhum Estado;
*Era defensor dos excluídos;
*Defendia a Liberdade;
São vários fatores que poderiam ser citados, mas vou me limitar a esses por serem suficientes para minha argumentação.
Esses são alguns dos princípios do anarquismo, que só surgiu realmente após a Revolução Industrial, e ganhou força no século XIX especialmente com Mikail Bakunin e Pierre Joseph Proudhon.
Porém, ainda hoje, no século XXI, há pessoas que querem fazer do anarquismo (uma Filosofia da Liberdade), uma Ortodoxia Reacionária. Por isso creio em alguns pontos propostos pelo anarquismo e até sigo, ensino, divulgo de diversas maneiras. Mas, aos que se baseiam em textos do Evangelho para "proibir" a crença em Deus, eu só pergunto onde foi parar a Liberdade pregada pelo anarquismo, desde que suas teorias passaram a ser proibitivas?
Não sou anarquista ortodoxo nem mesmo cristão ortodoxo pois até Jesus fugiu da ortodoxia farisaica que é fruto de um pensamento reacionário e limitado.
Aos anarquistas ortodoxos pergunto porque proibir baseando-se no argumento de que Deus não existe, e todas as religiões são reacionárias? Deus se limita realmente ao conceito de religião?
E desde que a religião não se alie ao Estado para oprimir, como fez em diversos momentos da história, qual a razão da proibição? Alguns anarquistas, marxistas, socialistas de uma maneira geral, se baseiam na afirmação de que a Religião sempre se juntou ao Estado para submeter o povo ao poder da classe dominante, que muitas vezes eram os nobres e os religiosos. Isso realmente é um fato ainda hoje no mundo dito globalizado, mas julgar todas as religiões pelos erros e/ou interresses de outras, é uma demonstração de ignorância plena.
Há quem afirme que Deus não existem, é um fruto da mente humana, usado como ferramenta de poder, no imaginário popular. Pergunto: "Qual será então a razão de, desde os tempos mais remotos, o homem adorar um Ser Superior, às vezes no fogo, nos relâmpagos, nos rios, como os gregos e os egípcios? ou até mesmo num Deus Invisível, Poderoso, Pai, como o povo hebreu?"
Se o homem crê em Deus desde os tempos mais remotos, é porque guarda uma certeza, uma ideia inata, da existência de Deus. E isso acontece porque Deus existe.
E como definiu bem o apósto João: Quem ama conhece a Deus, e se a experiência do amor é algo que nos leva ao conhecimento do Invisível mas Poderoso, Amoroso Deus, até quando ainda buscar motivos para proibições descabidas? A militância política vai suprir sentimentos, ideias inatas, intuições sobre o Ser Superior? Até quando, se isso escapa ao domínio das teorias seja de Bakunin, Marx, Engels, Proudhon, entre outros?
Não há nada nos ensinamentos de Jesus que neguem a coexistência pacífica de cristãos e anarquistas numa mesma sociedade, talvez porque Jesus não se preocupava em revolucionar, mas amar, e amando, Revolucionou.
E para terminar relembro que desde o Período Neolítico por exemplo, os homens se reúnem em famílias e até os animais se reúnem em famílias.
Jesus quando diz em Mateus que Sua Família é todo aquele que faz a Vontade do Pai, estava apenas dando o Exemplo Maior, expandiu Sua Família sem negar aquela que já tinha, mostrou que a família de um homem não é apenas a de parentes de sangue, mas uma família universal.
Não podemos, anarquistas/cristãos, anarquistas ou cristãos, nos repudiar. Houve uma corrente socialista que fez isso e não deu certo, até porque além de se tornar um grupo com várias faces, assumiu características reacionárias e acabou caindo no insucesso de suas Revoluções, ou seja, estou falando do marxismo.
Não vamos fazer do Anarkodecismo um marxismo atrasado.
Viva a Família, Viva a Liberdade, Viva Jesus no coração de Todos os Homens.
- Uilson Carlos
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